Jorge Linhaça
Encontrei numa gaveta,
um lápis lá esquecido,
ele fazia caretas,
a borracha estava seca;
estava tão deprimido!
Se sentia desprezado
por não ter o que escrever;
do papel tão separado,
por causa do meu teclado,
sem ter mais o que fazer.
Fiquei muito entristecido
por esse meu amiguinho
esse lápis tão querido
na gaveta esquecido
precisando de carinho.
Então eu tive uma idéia
dessas que me dão na bola:
Chamei a Dorotéia,
a filha da Sidnéia,
no caminho pra escola.
Dei-lhe o lápis, meu amigo,
prá ir com ela estudar.
Ela me abriu um sorriso
e ao lápis deu abrigo;
ganhou ele um novo lar.
O lápis se foi contente
prá cumprir sua missão.
Na escola, sorridente,
ajudava alegremente
à menina na lição.
Vejam só que coisa boa:
que é aos outros ajudar.
O lapís, aqui à toa,
na escola hoje voa,
no papel a rabiscar.
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